quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Do golpe ao caos no Brasil

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

No momento em que se redige este texto, informam os noticiários, Michel Temer procura juntar cacos e encontrar uma saída “honrosa” para o conflito entre Renan Calheiros, presidente do Senado, e Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos trabalharam pela derrubada do governo eleito em 2014, mas agora entraram em conflito ácido. Mello quer afastar Renan da presidência do Senado. Para isso, brande entendimento jurídico que, se consolidado, viola direitos fundamentais e sepulta a presunção de inocência. Renan, contrariado, fez o macho: ao invés de contestar a decisão provisória do STF, decidiu ignorá-la, projetando o país no cúmulo da insegurança jurídica. Temer tenta um remendo, nas poucas horas que faltam para o final da sessão plenária do Supremo. Nada garante que será bem-sucedido.

STF salva Renan e completa-se o bananal

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O "pacto pelo alto", ou a conciliação entre as elites – feliz categoria que nos legou o historiador José Honório Rodrigues para explicar os "acordões'' entre os donos do poder – voltou a se manifestar na tarde desta quarta-feira com a decisão do STF de manter Renan Calheiros na presidência do Senado, embora afastado da linha sucessória. E com isso, completou-se a regressão do Brasil, até há pouco tempo uma jovem e promissora democracia, a um grande bananal. Nas últimas horas um ministro da suprema corte destituiu sozinho o presidente de uma casa do Legislativo, estando inconcluso um julgamento sobre o tema, interrompido quando já havia uma maioria. O intimado dobrou o erro ao ignorar a notificação e dar olé no oficial de justiça.

Roberto Freire, o ministro acidental

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

Maior ferramenta de estímulo à cultura no País, responsável por cerca de 80% dos recursos destinados ao setor, a Lei Rouanet terminará 2016 com um baque de dimensões gigantescas. A queda no número de projetos aprovados até agora é de 43% em relação ao ano passado. E de 53% no caso dos recursos captados (583 milhões ante 1,2 bilhão de reais).

A queda abrupta tem mais a ver com a política do que com a crise econômica. A decisão de Michel Temer, abortada posteriormente, de rebaixar o status do Ministério da Cultura provocou uma paralisia de um mês e meio.

Está sobrando dinheiro na Previdência

Por Cátia Guimarães, na revista Caros Amigos:

“As pessoas não vão aceitar. Se elas tiverem acesso a essas informações, não podem aceitar isso”. A frase é da economista Denise Gentil, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A indignação que ela aposta que mobilizará a maioria da população brasileira é com a proposta de uma nova reforma da previdência, que o governo em exercício promete apresentar e aprovar no Congresso Nacional ainda este ano.

As informações que alimentariam essa recusa são simplesmente a negação de tudo que você lê e ouve diariamente nos jornais: na pesquisa feita para sua tese de doutorado, Denise mostra, com dados oficiais, que o Brasil não tem nenhum rombo na previdência social. Mais do que isso: anualmente, sobra (muito) dinheiro no sistema público que hoje garante aposentadorias e pensões a 32 milhões de trabalhadores.

Grupo nazista é investigado no RS

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Você ainda duvida que, à sombra da histeria midiática, os cogumelos da extrema-direita neonazista não vão brotar?

Então leia a matéria publicada agora há pouco pela Rádio Guaíba, de Porto Alegre:

A Polícia Civil deflagrou hoje uma operação para combater a ação de movimentos neonazistas no Rio Grande do Sul. Conforme a investigação, os grupos estavam trabalhando para recrutar gaúchos para lutarem em uma milícia na Ucrânia.

Decisão reforça urgência de eleições-já

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A votação desta quarta-feira, no Supremo, foi uma aberração típica desses tempo de anomalias institucionais acumuladas. Não são tempos estranhos, como dizem por aí. São tempos claros, óbvios – arbitrários, onde fala o mais forte, o mais conveniente, o interesse que se impõe no momento.

Ao decidir, por 6 votos a 3, que Renan Calheiros pode permanecer na presidência do Senado, mas não pode permanecer na linha de sucessão da presidência da República, o STF reescreveu num debate superficial de poucas horas, as regras para o exercício da presidência da República. Debate não houve, na verdade. Aproveitou-se a TV Justiça para anunciar uma decisão já tomada nos bastidores.

E se fosse Lula gargalhando com Moro?

Montagem sobre foto de Diego Padgurschi
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Imaginem, apenas imaginem, a cena: em um evento da revista Carta Capital (para o paralelo ficar mais óbvio dentro dos padrões coxinhas), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citado anteriormente em cinco delações da Lava-Jato, conversa e ri às bragas soltas com o juiz Sergio Moro, comandante da operação. Suponha também que a Lava-Jato estivesse sob a desconfiança de beneficiar o PT, já que jamais atingira políticos do partido. O que diriam a direita e sua parceira, a mídia, sobre a foto? Nossa, o mundo iria cair.

Dez Questões para entender o Supremo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Como um cidadão normal, razoavelmente informado, analisaria nossa Suprema Corte.

Questão 1 – como o Supremo conseguiu esquecer que uma ordem sua foi desrespeitada e manteve Renan Calheiros no cargo de presidente do Senado?

Resposta - Através de uma gambiarra do inflexível Celso de Mello, o decano que se tornou o mais inflexível dos Ministros do Supremo mas que, também, não é de ferro. Seu argumento jabuticaba foi que Renan permaneceria no cargo, mas não poderia se habilitar à sucessão presidencial.

Um retrocesso inaceitável na Previdência

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

O projeto de mudanças no sistema previdenciário protocolado pelo governo golpista segunda-feira, 5, no Congresso Nacional, é um retrocesso inaceitável para a classe trabalhadora brasileira e, por isto, é rejeitado pelo conjunto do movimento sindical brasileiro.

Além de reduzir direitos e benefícios, sempre em detrimento dos mais pobres, e manter os privilégios dos militares, a reforma pretendida ameaça a economia de milhares de pequenos municípios brasileiros, que dependem das aposentadorias e pensões, e abre caminho à privatização do sistema, cobiçado pelo sistema financeiro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

"Coxinhas" darão chiliques nos aeroportos

Por Altamiro Borges

Durante os governos Lula e Dilma, os aeroportos viraram motivo de chilique dos tais "coxinhas" - a chamada classe média que gostaria de virar "zelite", mas não consegue e tem ódio dos pobres. Eles ficavam indignados com a popularização dos voos, com a presença de trabalhadores nestes antigos oásis dos ricaços. Eu mesmo presenciei várias cenas de preconceito e ódio de classe no check-in e no saguão de vários aeroportos no Brasil. Esta galera egoísta e tacanha foi às ruas para rosnar pelo "Fora Dilma" e pela volta do seu aparente mundinho de privilégios. Uma notícia publicada nesta quarta-feira (7), porém, produzirá ainda maiores chiliques nos "midiotas" da chamada classe média.

Falida, "QuantoÉ" bajula os golpistas

Por Altamiro Borges

A festança da revista IstoÉ nesta terça-feira (6) expôs a intimidade obscena dos golpistas. A foto do "juiz" Sergio Moro cheio de amores com o cambaleante Aécio Neves – várias vezes delatado por corrupção – evidenciou a seletividade da Lava-Jato e bombou na internet. Ela confirmou que basta se filiar ao PSDB para não ser investigado, julgado e, muito menos, preso no Brasil. Outras imagens – como a do alegre José Serra, o "chanceler" das multinacionais do petróleo, e a do eterno decorativo Michel Temer – também foram alvo de chacota nas redes sociais. Mas estas e outras cenas ajudaram ainda a demonstrar a degradação do jornalismo nativo, que tem como expressão patética a revista IstoÉ – conhecida nas meios jornalísticos como "QuantoÉ" por suas práticas mercenárias.

Conduta de Moro e a queixa de Lula na ONU

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A conduta do juiz Sergio Moro fez a ONU adiar para o final de janeiro o prazo que o organismo havia dado ao governo Temer para explicar o processo do Estado brasileiro contra o ex-presidente Lula.

Explico: o que ocorre é que, conforme a Lava Jato, nas pessoas do procurador Deltan Dallagnol e do juiz Sergio Moro, vai dando seus shows antipetistas, a defesa do ex-presidente vai informando à ONU esses passos de modo a corroborar a afirmação de que a Operação e seus condutores agem com motivações político-partidárias.

Uma frente ampla pelo Brasil

Editorial do site Vermelho:

O descompasso entre o país real e o país supostamente legal voltou a ficar extremamente visível desde a o golpe midiático-parlamentar-judicial consumado com o afastamento da presidenta legítima Dilma Rousseff em 31 de agosto.

A crise não para de crescer e se aprofundar e ameaça desbordar as esferas político-institucional e econômica e se transformar num conflito social aberto, como se tem assistido nos acontecimentos do Rio de Janeiro, que nesta terça-feira (6) voltaram a conflagrar aquele estado.

A indecência de Moro e Aécio na IstoÉ

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma sociedade, para funcionar, deve ser regida pelo conceito de “common decency”, decência geral.

Foi o que escreveu o britânico George Orwell, o grande intelectual britânico autor de clássicos como 1984 e a Revolução dos Bichos.

As fotos da festa da IstoÉ que tomaram de assalto as redes sociais nas últimas horas são, simplesmente, indecentes. Revelam almas visceralmente corrompidas.

Um golpe que cai

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Por que o golpe se despedaça na sarjeta como um bêbado trôpego, sem que ninguém consiga recolocá-lo de pé e apesar da extrema boa vontade da mídia e do mercado com esse frango desossado que se amarrota sob o próprio peso?

Falta ao bêbado golpista algo que não se improvisa quando um ciclo de crescimento de uma nação se esgota e outro pede para ser construído: um projeto pactuado de futuro no qual a maioria da sociedade se enxergue e com o qual se identifique.

O oposto ocorre no Brasil agora - na verdade já ocorria desde 2012 quando se esgotou o fôlego contracíclico do Estado brasileiro e a desordem neoliberal no mundo não deu sinais de arrefecimento.

Um Brasil justo, pra todos e pra Lula

Por Gilberto Carvalho

​A campanha “Um Brasil justo, pra Todos e pra Lula” (http://brasiljustopratodos.com.br)/ foi lançada na noite de 10 de novembro, em São Paulo, com um ato público realizado na Casa de Portugal.

Mais de 600 brasileiros e brasileiras das áreas política, cultural, artística, acadêmica, econômica, jurídica, religiosa, pesquisadores e militantes do movimento social subscreveram o Manifesto em Defesa da Democracia, do Estado de Direito e do ex-Presidente Lula. E hoje mais de 17 mil pessoas já o assinaram.

"Serra foi comprado pela Chevron"

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Do site do PT:

Em 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o governo, a Petrobras estava “na UTI”. Dez anos depois, a empresa tinha outra cara. O investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, por exemplo, saltou de R$ 100 milhões para R$ 1 bilhão por ano. A participação no PIB saiu de 2% para 13%. A indústria naval, estimulada por políticas de obrigatoriedade de conteúdo nacional, saiu de 2 mil para 90 mil empregados.

“Nós reaprendemos a fazer navios e plataformas”, afirma Zé Maria Rangel, presidente da Federação Única dos Petroleiros. Mesmo com esses números, a mídia e aqueles que hoje estão no poder venderam a ideia de que o PT havia destruído a empresa. Nada mais falso. Esse discurso colaborou para o golpe de Estado de 2016. Hoje, o atual presidente da empresa, Pedro Parente, promove um verdadeiro desmonte, com a venda de ativos importantes.

Conflito de classe e a crise institucional

Por Armando Boito Jr., no jornal Brasil de Fato:

É público e notório que se instalou um conflito institucional no Estado brasileiro. Ele opõe tanto o Executivo quanto o Legislativo Federal a setores politicamente ativos do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal. O que não é do conhecimento de todos é que esse conflito institucional que atravessa o Estado brasileiro é, também e principalmente, um conflito de classes. Os setores politicamente ativos do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal representam de um modo muito peculiar, embora já verificado em outros momentos da história política do Brasil, a alta classe média, que foi a base de apoio do golpe de Estado que depôs Dilma Rousseff; o Executivo Federal e as forças majoritárias no Legislativo representam a fração da burguesia que foi a força dirigente desse golpe de Estado. A força política dirigente do golpe, a fração da burguesia brasileira associada ao capital internacional e interessada na restauração do neoliberalismo puro e duro, perdeu o controle da base de massa do golpe, cuja mobilização a burguesia incentivou, até agosto de 2016, para poder depor a presidenta Dilma.

Serra e Moro se divertem na festa da IstoÉ

Por Renato Rovai, em seu blog:

No post abaixo, você pode ver a foto do senador mega-citado em delações da Lava Jato, Aécio Neves, e do juiz do caso, Sérgio Moro, em um momento de grande intimidade. Ou como se diz no popular, entre cochichos de pé de ouvido.

Não seria nada demais, se Aécio não fosse, entre outras coisas, um dos políticos citados na lista da Odebrechet por montar um esquema com seu marqueteiro para receber propinas.


Moro e os tucanos metidos em corrupção

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Com convidados que mais pareciam formar uma convenção do PSDB, entre eles, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, João Doria, José Serra e Alexandre de Moraes (ministro da Justiça), a revista IstoÉ promoveu na noite de ontem (6), uma festa para premiar o presidente Michel Temer como o "grande brasileiro do ano de 2016", bem como o juiz federal de primeira instância Sergio Moro, eleito pelos critérios da revista o "brasileiro do ano na Justiça".