domingo, 6 de maio de 2018

Bolsonaro: o candidato da (in)segurança

Por Leandro Gavião e Alexandre Valadares, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

De todos os presidenciáveis para as eleições de 2018, Jair Bolsonaro é aquele que busca de maneira mais enfática se apresentar como o candidato capacitado a solucionar o problema da violência que assola o país.

Na ausência de um programa, é possível recorrer ao farto material disponível na internet, de modo a antecipar aquilo que provavelmente será sua proposta para a segurança pública. As declarações presentes em vídeos, reportagens e entrevistas ajudam a fazer uma leitura interessante desse personagem que, mesmo sem nunca ter concorrido à Presidência, consegue ter mais seguidores no Facebook do que qualquer outro político brasileiro [1].

Papel e desafios da imprensa sindical

Por Joanne Mota, no site da CTB:

Já estão abertas as inscrições para o VI Seminário Unificado de Imprensa Sindical e o 4°Encontro Nacional de Jornalistas Sindicais. Os eventos são organizados por entidades que compõem o Fórum de Comunicação da Classe Trabalhadora. Em 2018, o seminário terá como tema “Fortalecer a comunicação sindical para enfrentar os ataques do capital” e será realizado em Salvador/BA, entre 31 de maio e 02 de junho, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia e com o apoio de profissionais que atuam na comunicação sindical baiana.

A atualidade de Karl Marx

Editorial do site Vermelho:

Karl Marx nasceu há duzentos anos, em 5 de maio de 1818. O mundo mudou muito desde então – o antigo sistema colonial estava em seus estertores, a Europa se recuperava das guerras napoleônicas e a paz da reacionária Santa Aliança (Áustria, Prússia e Rússia), dominava o velho mundo.

O modo de produção também mudava radicalmente, e o capitalismo, com suas fábricas, a exploração dos trabalhadores e a disseminação do domínio do dinheiro sobre todas as relações sociais, se consolidava aceleradamente.

Jornalistas farão ato em defesa da democracia

Por Flaviana Serafim, no site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:

Jornalistas, blogueiros, midiativistas, representantes de organizações da sociedade civil, dos movimentos populares e do movimento sindical participam do “Ato em Defesa da Democracia e do Sindicato”, que ocorre no próximo 8 de maio (terça-feira), a partir das 19 horas, no auditório Vladimir Herzog, sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), na Rua Rego Freitas nº 530, sobreloja, Vila Buarque, centro paulistano.

Temer cria o “desemprego psicológico”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Brasil tornou-se um país insólito.

O homem que mais fez pelo país está preso, não importa muito a razão, porque a razão da prisão de Lula é, essencialmente, retirá-lo da política, o resto é apenas o que se puder arranjar como convicção.

Em lugar dele, temos um presidente que ultrapassa todos os limites da desfaçatez com a sua “retomada do crescimento” que nos encolhe e a “ponte para o futuro” que vai nos levando para o passado do qual pensávamos ter saído.

Um longo velório para Michel Temer

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Maio começou mal para o presidente Michel Temer. No ano passado, neste mesmo mês, estourou o caso JBS, mas ele ainda tinha capital político. Torrou-o aliciando votos para enterrar as duas denúncias de Rodrigo Janot. Agora, seu governo enfrenta uma espécie de velório antecipado, que se prolongará por oito meses, se não acontecer antes a morte súbita, por conta de uma terceira denúncia. Ele encerrou uma semana espinhosa discutindo com seu advogado o rumo do inquérito em que é investigado no STF e admitindo desistir de sua inconvincente candidatura à reeleição.

O fim do foro, Barroso e a antipolítica

Por Gilberto Maringoni, na revista Fórum:

O fim do foro especial – equivocadamente chamado foro privilegiado -, ao contrário de ser uma medida moralizante é uma vitória da demonização da política.

A iniciativa do ministro Luís Roberto Barroso – indicado pelo PT por seu vezo ongueiro – é fruto de um golpe, no qual o STF substitui o quórum qualificado do Congresso na aprovação de emendas à Constituição. Além disso, mostra como é o maravilhoso mundo judicializado: está mantida a prerrogativa para juízes e desembargadores e incide apenas sobre deputados e senadores. A medida é atabalhoada e gerará inúmeras confusões e incertezas legais.

A esquerda que quer voltar ao gueto

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há dois momentos que ameaçam um grupo político: o do sucesso e o da derrota.

O sucesso tende a minimizar os riscos e os inimigos. Melhor exemplo foi o incomparável sucesso de Lula no período 2008-2010 e o de Dilma Rousseff nos dois primeiros anos, que os fez cegos aos movimentos de desestabilização que já estavam em andamento.

A derrota tende a promover a desesperança, como reação, despertar a busca de saídas mágicas. É um momento em que proliferam oportunistas, vendedores de poções mágicas do velho oeste, anunciando balas de prata aqui e acolá, que resolverão todos os problemas instantaneamente. Usam despudoradamente o recurso aos fake news para oferecer informações ou análises falsas, explorando a boa fé dos que precisam se iludir para superar a decepção com os rumos do país.

Armação Veja-PF: quem mente mais?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O que se pode esperar de uma história sobre a prisão de Lula contada pela Veja e desmentida pela Polícia Federal?

Jogando juntos desde o início da Lava Jato, a revista e a PF pensam que todo mundo é idiota.

Com a chamada “Veja teve acesso à ala restrita onde está o ex-presidente e revela os bastidores dos seus primeiros trinta dias de cárcere”, a Veja circulou na sexta-feira com uma fakenews na capa, segundo nota divulgada pela Polícia Federal do Estado do Paraná:

A Europa pobre volta aos filmes

Por José Geraldo Couto, no site Outras Palavras:

Crianças e adolescentes indomáveis, crescendo num ambiente hostil, são um tema recorrente nos dramas sociais, e diante de Ciganos da Ciambra muita gente inevitavelmente se lembrou de clássicos como Os esquecidos, de Buñuel, Os incompreendidos, de Truffaut, e Pixote, de Babenco.

Mas o filme de Jonas Carpignano se passa na Itália, berço do neorrealismo, que fecundou praticamente todas as cinematografias do mundo, e talvez fosse mais pertinente lembrar que a infância desamparada e rebelde esteve no centro de grandes marcos neorrealistas, de Vítimas da Tormenta (Vittorio De Sica, 1946) a Alemanha ano zero (Roberto Rossellini, 1948), passando pelo episódio napolitano de Paisà (Rossellini, 1946).

A tragédia da ocupação e a lógica do capital

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A tragédia ocorrida no dia 01 de maio no centro de São Paulo exprime, infelizmente, de forma bastante nua os níveis de desigualdade e de injustiça tão cruéis que caracterizam a sociedade brasileira. A forma como os grandes meios de comunicação e alguns dos principais líderes da direita abordaram o assunto não nos oferece nada mais do que raiva, nojo e asco. De acordo com essa abordagem tão típica de parte das elites de nosso País, os responsáveis pelo acidente, pelas mortes e por todo o tipo de perdas ocorridos durante aquela madrugada seriam as pessoas que ocupavam o imóvel vazio pertencente à União.