segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Reitor da UFSC e o penalismo do espetáculo

Foto: Jair Quint/Agecom/UFSC
Editorial do site Vermelho:

Abuso das prisões temporárias e preventivas, uso indiscriminado e irregular do instrumento das delações premiadas, investigações que não consideram as garantias individuais mínimas, condenações que subvertem completamente o princípio da proporcionalidade entre delito e pena - todos esses elementos e mais alguns com o mesmo sentido marcam a realidade jurídica brasileira nos últimos anos.

O trágico suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, que havia sido preso de modo arbitrário há alguns dias, deve ser visto como parte desse triste processo. Em carta publicada logo após a sua soltura, Cancellier havia feito um relato sobre linchamento social a que vinha sendo submetido. Sem direito à defesa, impedido de entrar na universidade que dirigia, visto do dia para a noite como corrupto, o professor demonstrou no texto a tristeza e a estupefação que, aparentemente, o levaram ao ato extremo.

O general Mourão e o blefe fardado

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Talvez para fechar o ciclo de provocações inúteis, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, convocou para um encontro no Rio de Janeiro, realizado dia 26 de setembro, alguns generais da ativa e muitos da reserva, com a finalidade de “orientar pessoalmente” comandados e ex-comandados. Lá enquadrou todo mundo.

Civis tresloucados – algumas dezenas de homens e mulheres – clamam hoje pelo golpe, dirigindo-se insistentemente ao Twitter do general Villas Bôas. Ele não dá resposta. Os civis se dividiram. O Exército, não.

A luta de classes em cenário pós-industrial

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A passividade das ruas e a apatia dos brasileiros têm sido identificadas por acomodação das lutas de classe. A prevalência de um presidente tão impopular, envolvido por diversos escândalos de corrupção e impositor de reformas que mesmo rejeitadas avançam pela troca de votos parlamentares por privilégios das verbas e cargos públicos, não valida, contudo, tal compreensão.

Acontece que a convencional luta de classe consolidada pela antiga sociedade urbana e industrial sofre importantes mudanças diante da ascensão da sociedade de serviços. Pela tradicional classe trabalhadora industrial, a organização taylorista e fordista da produção implicou hierarquia e polarização entre os que mandavam e os que eram mandados. O trabalho material resultava em produção de algo concreto e palpável, indicando as razões de pertencimento e identidade de classe a partir da presença no próprio local de trabalho.

O novo surto fascista da Folha

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Não existe limites para a sordidez e o fascismo da imprensa brasileira.

A Folha de São Paulo publicou manchete hoje, dizendo que: “brasileiro quer Lula preso”.

Aí você vai ler a matéria e vê que 40% dos brasileiros NÃO querem Lula preso.

A Folha pensa que esses 40% NÃO sejam brasileiros?

Sem contar que a Folha nunca fez pesquisa para saber se o brasileiro “avalia” se o Serra deve ser preso, se o FHC deve ser preso, se Aécio deve ser preso.

Ascensão de Lula dificulta manobras

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A liderança de Lula nas pesquisas para 2018 não é uma surpresa. A novidade, no mais recente levantamento do Datafolha, é a vantagem sobre os adversários. Lula está com 35% de intenções de voto, o dobro e um mais um pouco do que a soma das preferências acumuladas por Jair Bolsonaro (16-17%) e Marina Silva (13-14%).

Outro aspecto importante. Os questionários do levantamento foram respondidos quando a notícia da condenação em primeira instância pela Lava Jato já se tornara um assunto conhecido e mastigado pela população. Mesmo assim, comparado com o levantamento anterior, de junho, Lula cresceu cinco pontos.

É proibido! Lula não pode vencer!