quinta-feira, 13 de julho de 2017

O penúltimo prego no caixão da democracia

Sobre condenados e esquecidos

Por Celso Vicenzi, em seu blog:

Veja se você consegue lembrar: Quem condenou Tiradentes à forca? Quem condenou Sócrates a beber a taça de cicuta? Quem executou Che Guevara?

O juiz vaidoso que não esconde suas frustrações pessoais nos mínimos gestos e comportamentos, é mais um condenado a desaparecer na história enquanto a figura de Luis Inácio Lula da Silva irá permanecer para sempre nos livros de história, de ciência política, de sociologia, em biografias, em poesias, na literatura de cordel, em peças de teatro e tantas outras formas de imortalidade. Verdade ou mito, não importa, Lula será símbolo. De um Brasil que ousou retirar milhões da miséria e sonhar com mais igualdade, alçar voo entre os maiores do mundo, antes de ser abatido por mais um golpe.

Lula, o mais perigoso dos líderes

Por Marcia Tiburi, na revista Cult:

Pesquisas apontam que Lula seria novamente presidente do Brasil, caso concorresse ao cargo máximo da nação em 2018. No cenário de um país colonizado e cada vez mais “neoliberalizado” como é nosso, a presença de um personagem como Lula passa de fator de conciliação entre classes a grande perigo para as elites que usurparam o poder. Lula continua sendo um fator político fundamental, talvez o mais fundamental no contexto de uma democracia cada vez mais destruída.

Se estamos falando do desejo do eleitorado em relação a Lula, devemos começar por ter presente que esse desejo, na verdade, já não conta no Brasil desde o golpe de 2016. Sabemos que, se ainda houver eleição direta para presidente, hipótese plausível em um país que se tornou terra de ninguém, o desejo do povo manifesto nas urnas só será aceito entre aspas se ele coincidir com o desejo das elites, as mesmas que, servas do grande capital, transformam o Brasil inteiro em um mercado barato, vendendo-o em termos de commodities a preço de balaio. É nesse contexto que enfraquecem as tentativas de sustentar teoricamente a democracia, de manter a resistência contra a ditadura corporativa, midiática, judiciária cada vez mais claras. É claro que resistir é urgente, necessário e muitos morrerão por isso, mas é certo também que não podemos ser ingênuos diante dos jogos que estão sendo tramados nas costas da população, dos movimentos sociais, de todos os que se ocupam em promover qualquer sinal real de democracia no bizarrismo do momento.

Lula desmascara a condenação do Moro

A urgência da esperança não admite ilusões

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Em menos de 24 horas, entre a noite de terça-feira (11/07) e a tarde desta quarta-feira, 12/07, o golpe jogou a cartada com a qual pretende virar uma página dupla da história brasileira.

Encerrar a era Vargas e o ciclo Lula.

Estripou os direitos trabalhistas conquistados e defendidos ao longo de 74 anos, desde a criação da CLT, por Getúlio, em 1943; ato contínuo, condenou ao cárcere, por uma década, o maior líder popular brasileiro, Lula, de 71 anos, presidente duas vezes, favorito inconteste nas sondagens eleitorais para 2018.

Dona Marcela Temer e a noviça rebelde

Lula condenado, CLT morta e Geddel solto!

Dois dias e dois golpes contra o povo

Editorial do jornal Brasil de Fato:

Dois golpes aconteceram contra os trabalhadores e contra o país em apenas dois dias. No dia 11, terça-feira, o Senado aprovou a mudança nas leis trabalhistas, deixando os trabalhadores sujeitos à pressão dos patrões e perdendo direitos.

Nessa quarta-feira (12), foi a vez da sentença do juiz Sergio Moro, condenando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Lula pode recorrer ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A defesa de Lula critica Moro por promover uma condenação sem provas do vínculo de Lula com o chamado triplex do Guarujá. Lula é o primeiro em pesquisas de opinião para as eleições de 2018, o único com chances de vitória apresentando um projeto de reaquecimento da economia a partir de políticas públicas.

O Brasil ficou menor e Lula ficou maior

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

No Brasil, só há um único grande crime, que não é passível de perdão, de tolerância, de impunidade.

Roubar, vender o país, trair o povo, amealhar fortuna e respeito servindo aos poderosos, virar dono de negócios – como o são, em maioria, nossos políticos, tudo isso sempre foi permitido.

Imperdoável, mesmo, é tentar – ainda que só um pouquinho – mudar o Brasil.

A estes, como a Getúlio, a Jango, a Brizola, acusa-se de tudo. Até mesmo aos francamente capitalistas, se tivessem aspirações ao desenvolvimento nacional, as acusações sempre vieram. Ou JK não foi cassado por “corrupção”?

Mercenário da Globo condena Lula sem provas

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Um criminoso vestindo toga, a serviço de interesses reacionários e obscuros, um mercenário do golpe e da Globo, ignorando solenemente todas as provas de que o maldito triplex não pertence a Lula, condena um presidente da república, eleito duas vezes pelo povo brasileiro, e que terminou o mandato com aprovação esmagadora.

Sergio Moro, não satisfeito em destruir milhões de empregos, ao liderar uma cruzada irresponsável que acabou com setores estratégicos e essenciais da economia nacional, e preparou um golpe de Estado que pôs um governo de ladrões no poder, não satisfeito de sua participação absolutamente criminosa na conspiração em favor do impeachment, sempre casando a agenda jurídica e policial da Lava Jato com a agenda política da direita e da mídia, ganhará também um lugar especial na história como aquele que tentou destruir o maior líder popular da história brasileira.

Sentença de Moro é um lixo jurídico

Por Leonardo Avritzer, no blog Diário do Centro do Mundo:

Acabei de ler a sentença do juiz Sérgio Moro em relação ao ex-presidente Lula. Tenho segurança em afirmar que a peça é um lixo jurídico completo realizado com intenções exclusivamente políticas. Na parte do triplex ele não avança um centímetro em relação à peça do ministério público. Elenca um conjunto de afirmações umas contra as outras a favor da propriedade por Lula e no fim ignora as peças contra e diz que a propriedade foi provada. Quem duvidar olhe. É direito dedutivo com descarte de provas contrárias à opinião do juízo.

Moro cita nove vezes O Globo como prova

Por Renato Rovai, em seu blog:

As observações a seguir, publicadas no Facebook do advogado e professor da PUC-SP, Fernando Hideo, são simplesmente demolidoras em relação à sentença do juiz de Curitiba. O meio jurídico precisa fazer como Hideo e se posicionar de forma mais firme em relação ao que está sendo feito não só contra Lula, mas contra todos aqueles que resistem a um conjunto de ações e reformas que demolindo com a democracia brasileira e com qualquer possibilidade de projeto nacional.

Condenação de Lula e a reforma trabalhista

Por Sônia Corrêa, no site da CTB:

Uma teia é formada de entrelaçamentos que juntos formam um todo. Assim é o golpe que não apenas apeou da Presidência da República uma mulher eleita legitimamente com a aprovação de mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.

O impeachment, na verdade, foi apenas o início da construção de uma teia maquiavélica, cujo o alvo nunca foi a corrupção. O alvo não era Dilma e nem o Partido dos Trabalhadores. O grande alvo do golpe é o povo pobre e trabalhador deste país.


A mídia monopolizada também condenou Lula

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

“Já não é necessário que os fins justifiquem os meios. Agora os meios, os meios massivos de comunicação, justificam os fins de um sistema de poder que impõe seus valores em escala planetária”. Eduardo Galeano

A divulgação da sentença do juiz Sérgio Moro condenando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve ter surpreendido muita gente. Com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais escancarado que a Operação Lava Jato não foi criada para combater a corrupção no Brasil. Seu foco sempre foi político, sua missão: impor um fim aos governos progressistas e seu alvo principal, prender Lula.

Moro confirmou seu papel no golpe

Por Jeferson Miola

A condenação do ex-presidente Lula pelo justiceiro Sérgio Moro não surpreende. O establishment desencadeou a Lava Jato em março de 2014 para interromper o ciclo de governos petistas e facilitar a eleição presidencial de Aécio Neves, recentemente flagrado arrecadando propina do dono da JBS para repassar ao proprietário de um helicóptero usado para transportar 450 kg de pasta base de cocaína – nesta semana, apesar disso tudo, o presidente licenciado do PSDB foi brindado com a autorização do STF para exercer o mandato e com o arquivamento do processo de cassação na Comissão de Ética do Senado.