quarta-feira, 10 de maio de 2017

Página do Facebook incita a violência

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

Uma página não oficial de Facebook postou mensagens incitando a repressão a militantes sociais que se reúnem em Curitiba (PR) em apoio ao ex-presidente do República Luiz Inácio Lula da Silva, que irá prestar depoimento ao juiz federal de primeira instância Sérgio Moro.

Diversas organizações e movimentos populares se encontram na cidade para acompanhar a Jornada de Lutas pela Democracia nos dias 9 e 10 de maio.

Batizada como "Polícia do Paraná", a página não-oficial veiculou dois vídeos em que integrantes da Tropa de Choque e do Batalhão de Operações Especiais marchando e com legendas afirmando se tratar da “recepção de boas vindas [sic] ao pessoal da CUT [ Central Única dos Trabalhadores] e do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra].

Em um dos vídeos, o narrador comenta: “Acho que a coisa vai ser meio pesada”. Em outro, é possível ouvir palavras de ordem cantadas pelos militares. Somados, os vídeos tiveram mais de 25 mil compartilhamentos e cerca de um milhão de visualizações.
Jornada

Várias organizações, convocadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo enviaram delegações à capital paranaense para integrarem a Jornada, cujo segundo dia coincide com o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro.

As entidades sindicais, populares e de juventude que se reúnem em Curitiba denunciam as arbitrariedades cometidas pelo magistrado no caso.

O setor de Direitos Humanos do MST afirmou ao Brasil de Fato que analisa o conteúdo da página e dos vídeos para estudar medidas possíveis. A assessoria da CUT não se manifestou sobre o teor das postagens, apontando que qualquer esforço de intimidação não terá efeito sobre os presentes na Jornada.

Em contato telefônico da reportagem, a assessoria de imprensa da corporação diz que a única página oficial de Facebook da entidade se chama Polícia Militar do Paraná. Além disso, afirma que as páginas apócrifas são investigadas e “medidas judiciais e administrativas são tomadas quando cabíveis”.

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