terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Uau! Miriam Leitão descobre efeito Trump

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eu estava me sentindo um pouco solitário, de tantas vezes que repetia aqui que era para colocar as barbas de molho em matéria de economia com a iminência da posse de Donald Trump, que vai significar um abalo – não se sabe de quantos graus na “escola Richter”, enquanto os comentaristas da grande imprensa praticamente ignoravam os impactos negativos que ela vai trazer para nossa economia, o mais rápido na questão cambial.

Mas hoje, finalmente, diante da revisão para baixo do prognóstico de crescimento da economia brasileira pelo FMI para 0,2%, Miriam Leitão admite que ” o resultado pode ser pior”, em razão das "incertezas provocadas pelo governo de Donald Trump".

Bem, em primeiro lugar, admitir que um crescimento de 0,2% “pode ser pior”, em bom português, é admitir que o PIB poassa ter até um terceiro ano de queda.

Nem o mais um café e um pão na chapa, uma vez por mês, que o FMI estima possa caber a cada brasileiro está pintando acontecer.

Curioso é que, mais cedo, embalada – embora com ressalvas – no otimismo do discurso de Henrique Meirelles de que “o pior já passou, D. Miriam não deu uma palavra sobre o fato de que o pior pode é estar chegando.

Há um raciocínio básico a ser feito: se Trump, como mostrou nos episódios das fábricas da Ford e da GM e, agorinha, com a Toyota e a BMW, que trazer de volta empregos industriais tem, é claro, de trazer de volta capital financeiro. E isso significa, numa escala ainda não conhecida, a redução de fluxo de capitais para o exterior.

Além do que, com políticas protecionistas, os nossos segmentos industriais que dependem – e cada vez mais – de exportações, passam a ter outro problema além do dólar subvalorizado. Que, aliás, parece ter encerrado a quinzena de “esperteza” onde se força a venda com quedas e já mostrou sinais de reaquecimento.

O trompaço nas taxas de juros, embora fosse absolutamente natural há dois ou três meses atrás, quando a inflação desceu à casa dos 7% ser decretado a uma semana de Trump é de um imprudência atroz, resultado da mais pura politicagem, determinada a dar sinais de “ano novo, vida nova”.

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