quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O consórcio midiático-judicial do golpe

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O editorial de hoje do Globo (A simbologia de dois presidentes investigados), que trata da abertura de inquérito contra Dilma, Lula e outras pessoas por tentativa de obstrução da Justiça, é o exemplo perfeito de como funciona a articulação entre mídia, Judiciário e MPF para criar o clima propício ao golpe de Estado que será chancelado pelo Senado nos próximos dias.

Façamos uma pequena recapitulação dos fatos para demonstrar como se dá essa articulação, e como ela é essencial para que a direita alcance seus objetivos antidemocráticos.

As mudanças para pior na Argentina

Por Laura Vales, no site Carta Maior:

A pobreza voltou a crescer, tomando em conta os números dos meses de maio e junho. Segundo o último informe do Centro de Economia Política Argentina (CEPA) chega a 33,91%, uma diferença importante em comparação ao registrado em novembro do ano passado – um mês antes da vitória de Mauricio Macri nas eleições presidenciais – quando estava em 19,82%. A violenta queda das condições de vida, resultado do aumento dos preços e da perda de postos de trabalho foi mais acentuada na região da Grande Buenos Aires, onde chega a 36,31% da população, segundo o estudo. Outra região pesquisada a chamada Região Pampeana, onde o número apontado foi de 28,53%. Para fazer a medição, os investigadores tomaram a estas duas regiões que, somadas, reúnem 20 milhões de pessoas – portanto, embora não seja uma medição nacional, é bastante significativa, incluindo as províncias com maior população do país.

A hipocrisia ajuda Eduardo Cunha

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Convém não exagerar na hipocrisia para se declarar surpreso com a notícia de que Eduardo Cunha decidiu cometer uma chantagem contra Michel Temer para garantir a própria sobrevivência.

Sempre com apostas altas, Cunha não faz outra coisa desde que se tornou presidente da Câmara, na abertura do ano legislativo de 2015. Em agosto daquele ano, o PGR Rodrigo Janot protocolou a primeira denúncia contra ele no STF. Na época, o alvo da chantagem era Dilma. Mesmo pressionado por aliados políticos naturais, como o PSDB, o DEM, a bancada evangélica e a maioria do PMDB, o então presidente da Câmara caprichou na encenação mas jamais apertou o gatilho. Só mudou de atitude em dezembro de 2015, quando Rui Falcão, presidente do Partido dos Trabalhadores, anunciou que a legenda iria dar seus três votos contra Cunha no Conselho de Ética.

Indústria da doença, lucro vertiginoso

Por Leandro Farias, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Passados trinta anos de um marco na história do Brasil, a 8ª Conferência Nacional de Saúde, ainda estamos diante de paradigmas que contribuem para a visão mercantil do setor. Durante a Conferência, foi discutido a fundo o modelo de saúde presente na época e, em relatório final produzido por políticos, gestores, profissionais e usuários do sistema, apontou-se a necessidade de mudanças neste. Tal relatório contribuiu para que, durante a Constituinte, fosse debatido capítulo referente ao direito à saúde, presente em nossa Constituição Federal de 1988. Assim nasceu o Sistema Único de Saúde (SUS). Posteriormente, surgiram as leis n. 8.080 e n. 8.142, que tratam da regulamentação, financiamento e participação social no SUS.

Ajude a campanha contra jogos às 22 horas

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O coletivo Futebol, Mídia e Democracia, que completa um ano neste mês de agosto, lançou uma campanha de financiamento colaborativo para impulsionar a luta contra os jogos de futebol às 22h. A bandeira do Jogo às 10 da noite, NÃO! foi lançada em setembro de 2015 e teve grande repercussão nas redes e nos estádios. O intuito do crowdfunding é arrecadar fundos para a produção de material a ser utilizado em intervenções nos estádios ainda este ano.

BNDES quer privatizar o Brasil

Por Maurício Thuswohl, na Revista do Brasil:

O economista e professor Carlos Lessa é figura sem par no pensamento político e econômico brasileiro. Conhecido por seu perfil nacionalista, ele faz sobre o atual momento do país uma análise que ultrapassa os limites do embate ideológico, ao se posicionar de forma crítica em relação à política econômica do governo interino de Michel Temer e ao que classifica como “falta de rumo” do Brasil nos últimos anos, incluindo a era Lula e Dilma, quando o país não teria sabido definir o caminho para garantir seu crescimento econômico.

Serra e o veto à Venezuela no Mercosul

Por José Reinaldo Carvalho, em seu blog:

É a todos os títulos escandalosa a ação do governo golpista do presidente interino e usurpador Michel Temer, protagonizada pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, do PSDB, a respeito da presidência pro tempore do Mercosul.

Juntamente com parceiros Maurício Macri e Horácio Cartes, respectivamente titulares dos governos direitistas da Argentina e do Paraguai, o governo dos golpistas brasileiros está protagonizando um dos episódios mais vergonhosos da política externa brasileira desde que seus fundamentos foram lançados por José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.

Temer e o governo dos fichas-sujas

Por Marcus Ianoni, na revista Teoria e Debate:

No processo político que resultou no afastamento de Dilma Rousseff, por suposto cometimento de crime de responsabilidade, e na formação do governo interino encabeçado por Michel Temer, a bandeira da corrupção desempenhou a função estratégica de programa de ação na ofensiva da aliança oposicionista – composta por atores sociopolíticos e político-institucionais – rumo à deposição da presidenta.

Mas, organizado o novo Executivo e sua ampla coalizão parlamentar, nota-se que é grande a presença de fichas-sujas (no sentido ampliado do termo) nas hostes governistas, ao passo que arrefeceu a campanha anticorrupção da direita, capitaneada na esfera extrainstitucional pela grande mídia, por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), por assim dizer, das redes sociais e ruas, e demais segmentos liberal-conservadores e autoritários das classes médias.

O 'bunker' golpista de Serra no Itamaraty

Por Jeferson Miola

A maioria dos funcionários do Itamaraty, em todos os escalões da carreira - do cargo de terceiro-secretário ao de Embaixador de 1ª Classe - é educada segundo a tradição que entende que o Ministério das Relações Exteriores é um órgão de Estado, não de governo.

De acordo com essa tradição, o Itamaraty seria uma instituição imune às injunções políticas do governo de turno, porque seria um órgão permanente e regular de representação e de defesa dos interesses do Estado brasileiro no exterior.

A encruzilhada da democracia brasileira

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Editorial do site Vermelho:

Nenhum direito a menos – esta consigna resume o motivo da manifestação ocorrida nesta terça-feira (16), reunindo unitariamente as centrais sindicais brasileiras.

Esta manifestação ocorreu no mesmo dia em que a presidenta constitucional Dilma Rousseff divulgou a carta intitulada “Mensagem da Presidenta da República Dilma Rousseff ao Senado Federal e ao Povo Brasileiro”.

Havelange e o poder da Globo no futebol

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A maior herança de João Havelange, morto hoje aos 100 anos, foi a tomada de poder da Globo no futebol brasileiro.

Cada vez que você ficar furioso ao ter que esperar até as 22 horas para ver um jogo de futebol na quarta, lembre-se de Havelange.

Havelange, na CBF, forjou uma aliança extremamente lucrativa com a então jovem Globo de Roberto Marinho.

O "modelo Sarney" de Michel Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

E aí, Merval?

Viu essa, Cantanhêde?

Sacou, Míriam?

Gostou, Cristovam?

Expliquem aí para seus leitores como Michel Temer veio para restaurar a moralidade no uso dos dinheiros públicos.

Ana Amélia e a alegria de ser golpista

Por Ayrton Centeno, no site Sul-21:

Rompendo o casulo opaco que a envolve, a senadora Ana Amélia finalmente ganhou os holofotes nacionais: ofereceu ao país aquela que é, talvez, sua maior contribuição enquanto figura pública. Seu pronunciamento no Senado durante os debates sobre o impeachment, cavou-lhe um lugar na história política do país. No rodapé mas, mesmo assim, notável. Aproximou-a de um velho companheiro de opção político-partidária, o coronel Jarbas Passarinho (1920-2016).