terça-feira, 12 de julho de 2016

A mídia e o jogo malandro da Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Estávamos na Cinelândia, há pouco mais de um mês, num dos eventos contra o golpe, eu já tinha tomado algumas cervejas, e disse ao amigo, que ouviu com olhos horrorizados, que eu não estava lendo mais nada da imprensa brasileira.

"Estou relendo Shakespeare", eu disse.

Diante do pesadelo que se tornou a política brasileira, ou melhor, diante do pesadelo que se tornou o noticiário político nacional (que é diferente da política propriamente dita), a melhor maneira de entender a conjuntura é simplesmente não ler e não ver nada produzido pela grande imprensa corporativa.

O golpe ruralista e o preço do feijão

Por Alan Tygel, no site Opera Mundi:

Na última semana, fomos bombardeados pelas notícias sobre a alta no preço do feijão. O povo, chocado em ver o quilo passando de R$10, ouviu as mais diversas explicações dos analistas: geada e muita chuva no sul, falta de chuva em outras regiões, e até o boato de que uma pequena doação para Cuba feita em outubro de 2015 teria sido a causa da escassez. A solução mágica apresentada pelo ministro interino da agricultura, o Rei da Soja, foi zerar a taxa de importação para facilitar a entrada de feijão estrangeiro.

Paulo Freire, ‘fome e sede’

Por Roberto Malvezzi (Gogó), no site da Adital:

Nem no túmulo Paulo Freire deixará seus inimigos em paz. Eles o veem pela janela, pelas palavras, no vento, no sol, nos sonhos e pesadelos, inclusive o governo aí posto.

Não é sem razão. A leitura de mundo que ele tanto defendia é radicalmente diferente do letramento. Ler a sociedade brasileira, sua construção histórica, o papel das classes, de cada etnia, o significado da cor no Brasil, traz efetivamente desconforto para muitas pessoas, inclusive para cada um de nós.

O Brasil na camisa de força

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Seguindo a linha de criação de factoides adotada por setores do governo interino – exibe-se a bandeira da “austeridade” com a mão e aumenta-se, com a outra, em mais de R$ 60 bilhões as despesas, proventos e contratações. Uma das novidades da equipe econômica interina é a criação de um “teto” para as despesas do setor público para os próximos 20 anos. A principal desculpa para engessar ainda mais o país – e até mesmo investimentos como os de saúde e educação – é, como sempre, o velho conto da dívida pública. Segundo jornais como O Globo, a dívida bruta do Brasil somou R$ 4,03 trilhões em abril, o equivalente a 67,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – e pode avançar ainda mais nos próximos meses por conta do forte déficit fiscal projetado para este ano e pelo nível elevado da taxa de juros (14,25% ao ano).

Por que os reaças têm medo dos comunistas?

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

É impressionante o pavor histórico que os capitalistas têm do comunismo. Basta mencionar a palavra “comunista” que alguns direitistas entram em pânico. Interessante que a recíproca não é verdadeira: comunistas e socialistas não têm nem nunca tiveram o menor medo dos capitalistas. Nossa reação diante do capitalismo sempre foi de desprezo e de luta, jamais de covardia.

O medinho que os reaças sentem do comunismo é tão grande que agora querem proibir que se mencione em sala de aula o nome de Karl Marx, um dos filósofos mais importantes da história da humanidade. Recentemente, uma brincadeira feita por estudantes no Paraná, que transformaram as ideias marxistas em um funk, causou chiliques na direita brasileira ao ponto de a professora que ensinava a matéria ser suspensa.

A diferença entre interino e usurpador

Por Jeferson Miola

Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, interino é um adjetivo que significa “passageiro, provisório, temporário”; “que ou aquele que ocupa provisoriamente função ou cargo público, na ausência ou impossibilidade de seu titular”. O antônimo de interino é “permanente”.

Também de acordo com o Houaiss, usurpador é um adjetivo e um substantivo masculino que significa “1 que ou aquele que usurpa; 1.1 que ou aquele que se apodera por violência ou meios injustos daquilo que não lhe pertence ou a que não tem direito”. Segundo Houaiss, os sinônimos e variantes de usurpador são: “intruso, invasor, ladrão, roubador, tirano”.

"O desmonte da EBC é iminente"

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

À frente da Empresa Brasil de Comunicação de 2007 a 2011, a jornalista Tereza Cruvinel vê como "iminente" o processo de desmonte da EBC, inclusive com a possível constituição de outra empresa, "um arremedo da Radiobrás, piorada", para resolver juridicamente o impasse atual, com o presidente Ricardo Melo mantido no cargo por força de liminar. "Eles estão esperando consolidar o golpe em agosto", afirmou Tereza, durante debate realizado ontem (11) à noite, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, na região central de São Paulo.


As pautas conservadoras no Congresso

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

O roteiro de pautas contrárias aos direitos dos trabalhadores no Congresso Nacional é extenso. Segundo levantamento feito pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), atualmente 59 projetos de lei voltados à flexibilização de direitos trabalhistas tramitam nas casas legislativas federais. Para militantes, movimentos populares e sindicais em geral, as articulações estão em sintonia com o processo político que resultou no afastamento da presidenta Dilma Rousseff, em maio.

Virulência contra a EBC acusa o golpe

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Os ataques do governo de Michel Temer à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foram tema de debate na noite desta segunda-feira (11), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo. Apesar do retrocesso iminente, com o desmonte do sistema público de comunicação brasileiro, Franklin Martins, Tereza Cruvinel e Laurindo Leal Filho apontam: a virulência do golpismo prova a importância da EBC e que outra comunicação é possível.

Cadê o dinheiro do Eduardo Cunha?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Convido o caríssimo leitor e a querida leitora a um raciocínio simples, bem simples.

A Folha traz agora como manchete que Eduardo Cunha, em troca da agilização feita por seu agente Fábio Cleto na liberação de recursos do FGTS, “recebeu R$ 42 milhões de propina da obra do chamado Porto Maravilha, maior intervenção de reurbanização do Rio de Janeiro por causa dos Jogos Olímpicos, que foi tocada pelo consórcio formado por Carioca Engenharia, Odebrecht e OAS.”

A crise da imprensa e do jornalismo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Nos últimos anos, a convergência digital aproximou grupos jornalísticos, mídia, telecomunicações e Internet. A Amazon se tornou um grande datacenter e um grande especialista em vendas virtuais e acabou engolindo o Washington Post; antes, Rupert Murdock avançou sobre redes sociais e canais de televisão; empresas de telefonia montaram portais, fabricantes de televisores passaram a explorar o acesso dos aparelhos à Internet. No Brasil, da Folha nasceu a UOL que se tornou um grande provedor de serviços e um shopping digital.