quarta-feira, 11 de maio de 2016

Vai ter luta: Manifesto à nação

Do site do Fórum-21:

Há anos as elites conservadoras acalentam isso que agora estão prestes a impor à nação brasileira: um golpe de Estado para implantar a plena vigência do projeto conservador excludente que as urnas rejeitam desde 2002 e a Constituinte de 1988 rechaçou, então, a contrapelo da ascensão neoliberal no mundo.

O que se planeja, à revelia do escrutínio popular, encerra danos duradouros e representa o almejado repto dos mercados à Constituição Cidadã, nunca digerida pelas elites econômicas locais e internacionais.

A conexão internacional do golpe no Brasil

Por Pedro Marin, no site Outras Palavras:

Auditórios cheios, carros de som, escritórios. Organizações como Instituto Millenium, Movimento Brasil Livre (MBL), Instituto Liberal, Instituto Ludwig Von Mises e Estudantes Pela Liberdade, como num passe de mágica, emergiram no cenário político brasileiro, publicando livros e realizando manifestações com enormes estruturas, treinamentos e palestras – um processo que encontrou terreno fértil no país, devido à crise mundial e à Operação Lava Jato.

Golpe coincide com ofensiva empresarial

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O poder nem mudou de mãos, mas líderes empresariais já manifestam intenções que apontam para a chamada flexibilização de direitos ou abandono de políticas de proteção. Um exemplo ocorre neste momento no ABC paulista, onde montadoras declararam quase ao mesmo que não pretendem prorrogar a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado no segundo mandato do governo Dilma, e que desde o ano passado tem conseguido preservar postos de trabalho. Cauteloso, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Rafael Marques, vê indícios de "mudança de comportamento" das empresas. "O governo muda e a agenda muda", diz, com preocupação. "Isso pode encorajar as empresas a tomar medidas mais drásticas."

Papa Francisco é contra o golpe

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O Conversa Afiada entrevistou, por telefone, nessa terça-feira, 10/maio, João Pedro Stedile, líder do MST, que realizou protestos contra o golpe, hoje, em todo o país.

Stedile descreve a audiência que promoveu com o Papa Francisco I para tratar do golpe e a critica do Papa a esse golpe das “forças do capital”, na expressão dele.

Ele descreve as quatro propostas políticas que os movimentos populares avaliam para o que fazer depois do golpe.

A história golpeada do Brasil

Por Douglas Belchior, em seu blog:

Vivia em harmonia com a natureza.

Água limpa, comida boa, ar puro.

Cara-pálidas chegaram. Invadiram. Estupraram e mataram nosso povo. Um duro golpe.

Vivia em minha terra, tribo, reino, do outro lado do atlântico.

Homens brancos armados com cruzes tomaram nosso povo e nos escravizaram por quase 400 anos. O maior de todos os golpes.

O PT sem o PT. O dia com utopia

Por Glauber Piva

1. Parte do PT acabou. Uma parte importante, vistosa e vitoriosa do PT está sendo mandada de volta para casa. Podemos denunciar o caráter golpista dessa derrota, apontar as injustiças no comportamento da mídia e do judiciário, a ilegitimidade dos parlamentares que votaram contra Dilma ou denunciar às Cortes Internacionais o arranjo antidemocrático que sustentará o governo Temer. Isso tudo, ainda que correto, não anulará o fato de que parte do PT acabou.

2. O petismo vai olhar para traz com um misto de saudades e desgosto - talvez toda a esquerda brasileira já sinta saudades do que o PT representou para a política. Ainda assim, os petistas e seus amigos carregarão nos próprios braços a esperança de que o PT poderá renascer como alternativa de esquerda, legítima e confiável para a reconstrução do Brasil, das bandeiras progressistas e de uma política que combata a desigualdade história que nos habita.

O erro duradouro de Renan

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O presidente do Senado Renan Calheiros cometeu um erro gigantesco, na tarde de ontem, ao se recusar a devolver o processo de impeachment de Dilma Rousseff para a Câmara de Deputados, onde deveria ser examinado e julgado mais uma vez.

Você sabe a história.

Ao encaminhar a decisão numa jornada deprimente o notório Eduardo Cunha - que sequer teria presidido a votação caso o STF tivesse tomado a decisão de afastá-lo da presidência em qualquer um dos 141 dias que teve para isso - não respeitou a regra constitucional de assegurar a cada parlamentar o direito de votar unicamente conforme a própria consciência, sem ser pressionado pelo partido nem por suas lideranças. Não é filigrana jurídica. Nem chicana.

O Brasil não acaba nesta quarta-feira…

Por Renato Rovai, em seu blog:

A não ser que algo absolutamente tsunâmico venha a acontecer Dilma será afastada hoje do cargo de presidenta da República e será substituída pelo golpista Michel Temer. Será o fim de mais um episódio da série Brasil, mas não o fim dessa história.

Já na quinta feira começa um novo episódio, cujo título não será Golpe e Conspiração, mas que contará o destino de um governo ilegítimo, que terá de compor com o que há de pior na política brasileira e que enfrentará uma resistência cidadã que tende a crescer de maneira digital e não analógica.

Carta para a juventude de 1964 e a de hoje

Por Carina Vitral, no site da UNE:

O dia 1º de abril de 1964 ficou marcado pelo início da ditadura militar que mergulhou o Brasil no obscurantismo por duas décadas. O símbolo desse momento foi o incêndio da sede da UNE na praia do Flamengo, no Rio.

Apenas agora, 52 anos depois, a UNE está prestes a reinaugurar sua sede e espera, junto com ela, manter viva a memória da mocidade que entregou a vida à causa democrática em nosso país. Ninguém foi mais perseguido e torturado pela ditadura do que a mocidade que se levantou contra o golpe.

Os 180 dias que abalarão o Brasil

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O angu golpista borbulha mas não dá ponto.

O alarido policial-midiático (uma extensão um do outro) difunde ilusões de consenso que embriagam o ambiente conservador.

A realidade do golpe, porém, é diferente da propaganda, como ficou nítido nesta 2ª feira, quando o novo presidente da Câmara anulou a sessão que votou o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. O apavoramento que o episódio gerou no golpismo evidencia o medo do que se seguiu: qualquer faísca de esperança levanta o país.

Impeachment está desmoralizado de vez

Editorial do site Vermelho:

A hipocrisia golpista foi novamente desmascarada nesta segunda-feira (9) depois da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, de suspender a sessão vergonhosa do dia 17 de abril, que aceitou a admissibilidade do impeachment da presidenta da República. Mesmo tendo voltado atrás um dia depois, nesta terça-feira (10), quando revogou aquela decisão, a máscara do golpe havia caído irremediavelmente.

Hora de caça nos tristes trópicos

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Não é por improbidade, não é por ter cometido um grave crime de responsabilidade e nem mesmo por ter praticado os deslizes contábeis de que é acusada que a presidente Dilma deve ser deposta hoje por um golpe parlamentar. O que Dilma, Lula, o PT e forças da esquerda vão perder hoje é uma “guerra de facções”, como diz o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa evocando Alexander Hamilton, um dos pais da Constituição norte-americana que gerou a figura do impeachment como remédio para anomalias extremas do presidencialismo. Adversários de sempre e aliados de ontem, ressentidos, bandidos e oportunistas, uniram-se numa poderosa facção majoritária no Congresso para sepultar o ciclo de governistas petistas. “O ciclo do PT tem que acabar”, já bradava Aécio Neves em 2013.

O golpe, a resistência e as esquerdas

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Está claro que o governo golpista de Michel Temer começa frágil. Primeiro, porque os personagens que o cercam têm imagem péssima e capivaras gigantes na Justiça. E, em segundo lugar, porque o vice golpista colocará em ação um plano ultra-liberal, na linha do adotado por Macri na Argentina; só que fará isso sem ter recebido o aval das urnas.

Esse plano provocará desarranjo social, instabilidade, fragilizará os trabalhadores e os mais pobres. Já sabemos disso. Mas o povo que assiste a tudo, desconfiado, ainda não se deu conta.