quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

'Urubólogos' choram pela queda de Levy

Por Altamiro Borges

A mídia rentista e seus "urubólogos" de plantão garantem que o "deus-mercado" está apreensivo com a queda de Joaquim Levy e a indicação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda. Logo após o anúncio da troca começou a choradeira nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. Enquanto os representantes dos bancos, da indústria, do agronegócio e do comércio davam as boas vindas ao novo ministro, talvez fazendo jogo de cena, os tais "analistas de mercado" da imprensa - nome fictício dos porta-vozes dos agiotas financeiros, muitas vezes mais realistas do que o rei - já davam como certo que Nelson Barbosa será um desastre para a economia brasileira. Haja abutres!

A "excrescência" do tucano Carlos Sampaio

Por Altamiro Borges

O deputado Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara Federal, ganhou os holofotes da mídia neste ano como um dos principais articuladores do impeachment de Dilma. Sem qualquer princípio, o falso moralista virou o braço direito do correntista suíço Eduardo Cunha, participando dos conchavos de bastidores do golpe e colando a imagem da sua sigla ao lobista. Só quando as sujeiras do achacador vieram à tona é que o PSDB decidiu teatralizar um pedido de afastamento do presidente da Câmara, forçando seu líder a pronunciar, bem à contragosto, um discurso com críticas ao amigo. A encenação, porém, não durou muito tempo e Carlos Sampaio já está novamente no colo de Eduardo Cunha, como informa o jornalista Ilimar Franco, em sua coluna no insuspeito jornal O Globo desta quarta-feira (23).


Como sempre, Chico nos deu uma boa lição

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Entre humanos que relincham e outros capazes de zunir, num comportamento próprio de quadrúpedes morais, mais uma vez Chico Buarque de Holanda assegurou seu lugar na história do Brasil e dos brasileiros.

A cena vista e gravada num fim de noite no Rio de Janeiro é apenas a confirmação recente de que Chico é um artista que sabe qual é seu lugar em cada momento de nossa história.

Comporta-se dessa maneira há meio século, seja através da música, dos versos de gênio, de uma literatura cada vez mais apurada e espetacular. Age assim pela postura política de quem recusa o lugar de artista-mercadoria e sabe responder aos percalços e tragédias da conjuntura histórica com clareza, com valentia e uma auto ironia que o acompanha tanto nas horas agradáveis como nas mais difíceis, como se descobre pelo depoimento de um de seus amigos de “ Chico: um artista brasileiro”, documentário que é uma obra prima obrigatória para todo brasileiro preocupado em entender o seu país em 2015.

A fúria dos que saíram do armário

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

O que mais impressiona – e preocupa – na agressão verbal que um grupo de garotões cuja profissão principal é ser filho de pai rico lançou contra Chico Buarque na noite da segunda-feira, 21 de dezembro? Três coisas. Primeiro, a extrema fúria dessa direita desgarrada que acaba de sair do armário embutido. Segundo, a facilidade com que repetem o que dizem os grandes meios de comunicação. E terceiro, a incapacidade para qualquer gesto minimamente civilizado.

A Vale da morte e a impunidade

Por João Pedro Stédile, no jornal Brasil de Fato:

O rompimento das barragens de depósito de lixo tóxico da empresa Vale, nas localidades de Fundão e Santarém, no município de Mariana, produziu o maior desastre ambiental da história do Brasil e quiçá comparado aos maiores do mundo.

Suas consequências ainda são imensuráveis. Muitos mortos. Segundo os moradores dos dois distritos soterrados, Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, na sua contagem há mais de cem parentes desaparecidos. Ao contrário dos anúncios das estatísticas “oficiais” calculadas pela empresa que seriam 29. Milhares de pessoas perderam suas casas e fonte de trabalho.

O Petralha: um conto de Natal

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Dia de Natal na Paulista. Manjadas versões de músicas estrangeiras, canções natalinas de Frank Sinatra e o disco da Simone se revezam nas caixas de som ao longo da avenida. Pinheiros de plástico com luzes, neve artificial, trenós e renas decoram as áreas externas de bancos e prédios comerciais. Criancinhas posam para fotos ao lado de um urso polar em pleno verão brasileiro. Pela primeira vez em muitos anos não há engarrafamento de carros para ver a decoração: a avenida Paulista está aberta para os pedestres.

Chico Buarque X Manés da Elite

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

No meu primeiro dia de férias, já estou de volta para não deixar passar em branco o que aconteceu com Chico Buarque, na madrugada de segunda-feira, ao sair de um restaurante numa rua do Leblon, bairro carioca onde ele mora. Não poderia haver cena mais emblemática como fecho para o Fla-Flu insano que marcou este ano de 2015 do que o entrevero verbal entre um dos nossos maiores artistas e o patético grupo de manés, herdeiros daquilo que restou da elite da outrora Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil.

Impeachment não morreu, mas agoniza

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Foi um ano duríssimo e um fim de ano muito melhor que o esperado. O desabafo é de Jacques Wagner, Ministro-Chefe da Casa Civil.

Estava pensando no esvaziamento do impeachment.

De fato, como esperado, ontem o PSDB de Aécio jogou Michel Temer ao mar. Ao mesmo tempo, a ala fluminense do PMDB procurou Temer pretendendo apaziguar a luta e dar tranquilidade para enfrentar uma crise brava. Só com a volta do recesso haverá mais clareza sobre a nova composição de forças. Mas Wagner garante que a posição majoritária do PMDB é contra a proposta de impeachment.

Lewandowski, Cunha e o trato com bandidos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A atitude do Ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, de conversar com Eduardo Cunha apenas diante dos jornalistas era a única que um juiz correto poderia tomar.

Primeiro, a de não conversar com bandidos exceto em situações públicas.

Segundo, idem com gente de comportamento psicótico.

Macri, Venezuela e a mídia tendenciosa

http://www.pagina12.com.ar/
Por Max Altman, no site Opera Mundi:

Uma coisa é ter opinião, manifestar posição política e ideológica, travar a disputa de ideias.

Mas não dá para espancar a realidade. Principalmente no jornalismo em que postulados como objetividade e imparcialidade são imperativos de seu bom exercício.

Não acredito em imparcialidade de órgãos de comunicação. Sua linha editorial expressa a opinião de seus proprietários ou de sua direção.

Porém um mínimo de equilíbrio e respeito aos fatos é exigência, em especial nas reportagens.

O filho do usineiro que xingou Chico Buarque



Do blog Viomundo:

“Eu queria ouvir da tua boca: você é um merda!”, disse um jovem a Chico Buarque numa esquina do Leblon, no Rio de Janeiro, quando o compositor deixava um restaurante com um grupo de amigos em busca de um táxi. O rapaz estava com outro herdeiro, Alvarinho, filho do banqueiro Alvaro Garnero e mais duas pessoas.

De Chico Buarque para os fascistas

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Quando disse para os coxinhas fascistas e desocupados que o cercaram na saída de um restaurante no Leblon que "ninguém pode se achar informado lendo a Veja", Chico Buarque, o genial artista brasileiro pôs o dedo na ferida. A serpente que choca os ovos da intolerância, do ódio e do fascismo no Brasil é o monopólio da mídia.

Os especialistas em vagabundagem que ousaram abordar um intelectual do porte de Chico são produto de um massacre midiático diário, que tem como pilares o antipetismo mais tosco, o antiesquerdismo mais visceral e a criminalização da atividade política.