domingo, 10 de abril de 2011

Ollanta Humala vence 1° turno no Peru

Reproduzo matéria do jornal argentino Página/12, publicada no sítio Carta Maior:

Segundo as primeiras pesquisas de boca de urna, o candidato da esquerda, Ollanta Humala, obteve mais de 30% dos votos e deverá disputar o segundo turno previsto para 5 de junho. O segundo lugar é disputado por Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, e pelo ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski, que, segundo as pesquisas de boca de urna, obtiveram cerca de 20% de votos cada, com uma ligeira vantagem para Keiko.

A revista Veja e a bomba de Bolsonaro

Reproduzo artigo de Antônio Mello, publicado em seu blog:

Em sua edição de 28 de outubro de 1987, a revista Veja publicou uma reportagem denunciando que o capitão Jair Messias Bolsonaro e um outro identificado apenas como Xerife iriam explodir bombas "em várias unidades da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no interior do Rio de Janeiro, e em vários outros quartéis".

Bolsonaro criticou o ministro do Exército da época Leônidas Pires Gonçalves, a quem chamou de incompetente e racista por ter chamado os militares de "uma classe de vagabundos mais bem remunerada do país". Bolsonaro concordou em parte com a crítica do ministro e disse: "Só concordamos em que ele está realmente criando vagabundos". A parte salarial era a questão de fundo do seu descontentamento.

Na fronteira, Peru vota em Humala

Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:

Enquanto o Brasil se contorcia de dor pela matança pavorosa em Realengo, eu estava longe de casa e da internet. Passei os últimos dias na Amazônia (acompanhado pelos colegas jornalistas Gilberto Nascimento e Gilson Dias), apurando uma reportagem para a TV Record.

Folha viola direitos dos jornalistas

Por Altamiro Borges

Na semana passada, no 7 de abril, foi festejado o Dia do Jornalista. Houve atos comemorativos e festanças em vários pontos do país e até discursos na Câmara Federal. A própria mídia patronal fez questão de festejar a data.

Na mesma semana, porém, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo participou de uma mesa-redonda na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para discutir "o permanente desrespeito que o Grupo Folha promove contra os direitos trabalhistas dos funcionários".

Dilma na China e os “conselhos” da mídia

Por Altamiro Borges

De 11 a 15 de abril, a presidenta Dilma Rousseff visitará a China. Cerca de 300 empresários participam da comitiva, que tem como principal objetivo estreitar e aperfeiçoar a “parceria comercial” entre as duas nações “emergentes”. Há fortes interesses econômicos em jogo e vários pontos de divergência na pauta, que serão motivos de tensas negociações de bastidores.

A China é hoje o maior parceiro e investidor no Brasil, tendo superado os EUA. O comércio entre os dois países somou US$ 56 bilhões em 2010, com saldo favorável ao lado brasileiro de US$ 5 bilhões. No mesmo período, os investimentos chineses atingiram US$ 19 bilhões, em projetos de petróleo, mineração, siderurgia e energia. Esta parceria, porém, tem assimetrias.

Relações assimétricas

O Brasil exporta matérias-primas, com baixo valor agregado, e importa manufaturados chineses. Atualmente, cerca de 90% das nossas exportações estão concentradas em quatro produtos (minério de ferro, soja, petróleo e celulose). Já a crescente importação de produtos industrializados da China tem afetado as empresas nacionais, que chiam da concorrência desigual.

A comitiva brasileira, encabeçada pela presidenta Dilma Rousseff, pretende rediscutir esta parceria. Mas, segundo notícias da própria imprensa colonizada, ela não pretende fazer o jogo dos EUA, que tentam sair da sua grave crise econômica acirrando a guerra comercial – em especial contra a China. A idéia é promover ajustes para reforçar a parceria, e não implodi-la.

A histeria da imprensa colonizada

Nesta disputa de gigantes, chama à atenção a postura da mídia colonizada. Quando a visita de Barack Obama, em março, ela bajulou os EUA e pregou o retorno do “alinhamento automático”, praticado no triste reinado de FHC. Tentando colocar uma cunha entre Lula e Dilma, ela criticou o “antiamericanismo” do governo anterior e elogiou o “pragmatismo” do atual governo.

Diferente da relação com a China, na qual o Brasil ainda goza de saldo positivo na relação comercial, apesar das assimetrias, no caso dos EUA a tal “parceria” é totalmente desvantajosa. O déficit comercial brasileiro com os EUA é de US$ 7,8 bilhões. Apesar disso, a mídia fez tietagem na visita do presidente ianque e agora “aconselha” Dilma a ser dura contra a China!

Folha posa de “nacionalista”

Em editorial, a Folha até esbanja argumentos “nacionalistas” – logo ela sempre tão privatista e serviçal diante dos EUA. Após criticar o governo Lula pelo “entusiasmo – um tanto míope – com o superávit” no comércio com a China, o jornal sugere “mecanismos de defesa comercial” contra o atual parceiro, “que passou a ameaçar seriamente a indústria nacional”.

A Folha ainda propõe que se rediscutam os investimentos. “Ao lado brasileiro interessa receber investimentos, mas é preciso cautela com a predileção das estatais chinesas pelo setor de recursos naturais. O Brasil não deve permitir que governo estrangeiro controle um excesso de ativos em mineração, terras e cadeias de produção agroindustrial”. Haja nacionalismo!

Estadão prega rompimento

Mais agressivo ainda, o editorial do Estadão “aconselha” a presidenta a abandonar o “terceiro-mundismo” de Lula. Para o jornalão, a visita à China será “o teste diplomático de Dilma”. Ele sugere que o Brasil não reconheça a potência asiática como “economia de mercado”, como havia sido prometido pelo governo anterior durante visita de Hu Jintao a Brasília, em 2004.

“O compromisso assumido pelo presidente Luiz Inácio da Silva, há sete anos, foi, mais que um excesso, uma imprudência... A China obviamente não é uma economia tão sujeita às regras de mercado quanto a maior parte das outras associadas à OMC... A promessa precipitada refletiu uma concepção particular – e ingênua – de alianças estratégicas”, esbraveja o velho Estadão.

Servilismo diante dos EUA

A visita de Dilma Rousseff será, de fato, um marco nas relações com a China. Tudo indica que medidas serão discutidas para corrigir assimetrias e para defender os interesses nacionais. Isto, porém, não tem nada a ver com o que “aconselha” a mídia colonizada. Ela não está preocupada com os interesses nacionais, mas sim com as ambições do império. As suas críticas histéricas ao chamado “terceiro-mundismo” do governo Lula revelam, na verdade, o seu eterno servilismo diante dos EUA.

TVs afastam torcedor dos estádios

Reproduzo reportagem da Revista do Brasil:

Com a aparente "volta por cima" da Globo nas negociações sobre a transmissão dos campeonatos brasileiros de 2012 a 2014, as esperanças de transmissão de jogos na TV aberta em horários civilizados, para espectadores e atletas, se esvaem. Os clubes, atolados em dívidas, menosprezam a negociação coletiva. Também passam ao largo preocupações com o que o torcedor mortal terá de pagar por ingressos em estádios ou pacotes televisivos para ver seu time ou secar os demais. O esporte mais popular do país é cada dia mais impagável para a maioria da galera. O professor Flávio de Campos, do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), compara a situação a uma briga oligárquica. "Essa cartolagem é muito parecida com determinadas raposas da política brasileira, e às vezes se confundem mesmo", diz.

A realização da Copa de 2014 no Brasil reforça a mudança de foco do futebol e potencializa a cobiça. Construídos ou reformados, às vezes com necessidade duvidosa, os estádios serão em tese mais bem aparelhados, terão capacidade menor e ingressos mais caros, o que evidencia essa busca pelo público de maior poder aquisitivo. "A questão da transmissão é um complemento da exclusão que vem sendo feita há anos nos estádios. Em nome da segurança, um padrão de modernidade se impõe e remove os setores populares. Como se a violência fosse um atributo desses setores, o que é uma falácia", acrescenta Campos.

No Maracanã, a geral, conhecida pelo grande número de populares fantasiados que ali acompanhavam os jogos, foi destruída em 2005 e deu lugar às cadeiras - setor nobre. Foi o fim dos geraldinos, como eram conhecidos os frequentadores. E os arquibaldos, a turma da arquibancada, também não tem vida fácil. Ambos os tipos foram cunhados pelo escritor Nelson Rodrigues, frequentador do velho Maracanã.

Aperto

O funcionário público Paulo Roberto Evaristo estava lá no último dia da geral, em 24 de abril de 2005, no jogo entre Fluminense e São Paulo - e até guardou o ingresso. "Estudava e trabalhava, o salário era pequeno, era a opção mais em conta. Além disso, era legal ficar mais perto do campo. A visão era ruim, mas compensava. Dava para chamar e xingar os jogadores. Pelo menos ficava a impressão de que podiam ouvir", brinca.

Na despedida, Paulo e alguns amigos foram os últimos a deixar o estádio. Aos 39 anos, realizou o sonho de muitos meninos: conseguiu entrar no campo, cobrar pênaltis imaginários e fingir que estava ligando do orelhão, como alguns jogadores costumavam comemorar seus gols, em vez de correr para diante da câmera mais próxima. Segundo ele, o ingresso custava um quarto do da arquibancada, que por sua vez era metade do preço das cadeiras.

Em 2010, o Maracanã foi fechado. A reforma mira a Copa. Na última, a capacidade caiu de 120 mil para 86 mil pessoas - que passaram a pagar mais. Em 1969, o estádio chegou a receber 180 mil torcedores. Com a reabertura, provavelmente em 2013, caberão apenas 76 mil e esperam-se preços ainda mais elevados.

Às vezes, alguém reclama. Como na partida entre Santos e Cerro Porteño, pela Taça Libertadores, em março. O time paulista aproveitou o jogo contra o rival paraguaio para cobrar R$ 100 pelo ingresso. Resultado: protestos e pouca gente no estádio.

Em Salvador, o gerente financeiro Marcus Vinícius Vilas Boas, o Kiko, torcedor do Bahia e fã de carteirinha do estádio da Fonte Nova conta que os preços não esperam reformas para subir. "Já está tudo mais caro. No Pituaçu (que vem sendo utilizado para jogos maiores), os ingressos para o campeonato baiano estão R$ 50, R$ 40 no mínimo, dependendo do jogo. Na Fonte Nova custavam R$ 10, R$ 20, R$ 30 no máximo."

O palco da Fonte Nova foi fechado em 2007, após a queda de um pedaço da arquibancada que matou sete pessoas. Kiko estava a poucos metros. "Lembro o dia da tragédia, nunca teve só 65 mil torcedores ali", diz, referindo-se ao público oficial informado. "No mínimo, uns 80 mil." O tradicional estádio foi implodido. No local, será construído um novo, com capacidade para pouco mais de 50 mil pessoas.

Elitização

Em artigo publicado em O Estado de S. Paulo no final de 2010, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcos Alvito cita a Soccerex, feira internacional realizada no Rio com foco no futebol como negócio, na qual "especialistas" decretaram que a modalidade no Brasil terá a classe A como clientela-alvo, deixando as classes B e C para trás. "Porque as D e E há muito não sentam em uma arquibancada. Hoje os estádios viraram estúdios para um show televisivo chamado futebol", observa o antropólogo, para quem está em curso um processo de elitização perversa do esporte.

O docente foi um dos criadores, em 2010, da Associação Nacional dos Torcedores. Incipiente, mas com reivindicações como maior transparência no futebol, além de igualdade de acesso aos estádios. "Vai acabar com toda e qualquer possibilidade de a população pobre ou de classe média baixa frequentá-los. Claro que a gente aprova o conforto. O problema é transformar o estádio num grande shopping center", diz o estudante Matheus Serva, da ANT. "E tem o agravante da televisão. Quarta-feira às 10 da noite é impossível para um trabalhador assistir ao jogo."

O historiador Felipe Dias Carrilho vê na questão da TV um aprofundamento da lógica empresarial, que não chega a ser novidade, mas se torna mais visível à medida que a Copa se aproxima. "É a capitalização máxima do esporte. Nossos cartolas são os coronéis dentro do futebol." O jornalista Juca Kfouri fala em um país sui generis, em que os capitalistas não gostam de praticar o capitalismo que apregoam. "Por um lado, uma emissora (Record) capta recursos de forma 'espúria', no 'mercado da fé'. De outro, a concorrente (Globo) não demonstra interesse em seguir as regras da concorrência."

No mundo do consumo, os europeus estão muito à frente. Considerado pela revista Forbes o time mais rico do mundo, o Manchester United, da Inglaterra, acumula patrimônio de US$ 1,8 bilhão. Seu canal pago é exibido em 192 milhões de residências. O segundo na lista, o Real Madrid, da Espanha (US$ 1,3 bilhão), mostra equilíbrio nas fontes de receitas: 30% vêm da bilheteria de seu estádio, 34% do comércio de produtos e 36% de direitos da televisão - aqui, a dependência da TV supera os 50%. Em meados de março, o site do clube tinha poucos ingressos disponíveis a não sócios para um jogo do campeonato local que seria realizado três semanas depois, contra o Sporting Gijon: € 225 (R$ 530).

Arquibancada

O executivo e consultor espanhol Esteve Calzada calcula que um fã do Real ou do rival Barcelona gastará aproximadamente € 3.000 (mais de R$ 7.000) se acompanhar seu time por toda a temporada europeia. "Em tempo de crise", lembra. Ele também prevê que, na temporada 2011-2012, o Barça desbancará o Real e se tornará o clube com maior arrecadação no mundo. O time catalão tem mais de 170 mil sócios-torcedores e mantém sempre lotado seu estádio, o Camp Nou, com capacidade para 99 mil espectadores.

No Brasil, os clubes, endividados, as TVs e seus patrocinadores caminham para consolidar a tipificação do torcedor de "arquibancada de prédio", na definição do professor Flávio de Campos: aquele que assiste ao jogo em casa e faz barulho para perturbar o vizinho simpático ao adversário - que também não vai ao estádio.

O professor vê o país perder a oportunidade de fazer uma correção de rota. Eventos como Copa do Mundo (2014), Jogos Militares (2011), Olimpíada e Paraolimpíada (2016) deveriam ser determinantes para formular políticas de investimentos na formação de atletas. "É incrível a falta de interesse em vincular essa agenda esportiva à educação", diz. "Se equipassem as escolas públicas, essa revalorização poderia transformá-las em centros de difusão do esporte. Não seria muito difícil pensar num projeto mais interessante e criativo, em vez de gastar bilhões em estádios ultramodernos."

Autor, 30 anos atrás, do livro História Política do Futebol Brasileiro, o professor Joel Rufino dos Santos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considera que a chave para essa completa mercantilização é a separação entre o esporte e o espetáculo. "Eu gostava muito de ver jogos no campo do Palmeiras, da proximidade dos jogadores. Não sei por que vão construir outro estádio. É para o espetáculo", ironiza.

"Vai-se ao campo como se vai ao teatro", confirma Juca Kfouri. O jornalista também detecta um aspecto inexorável de elitização e de transformação dos estádios em estúdios para programas televisivos. Corintiano, ele lembra quando saboreava o show da torcida. "O lugar é para sentir em cima da pedra, no degrau (da arquibancada). Se estivesse lotado, ia para o alambrado." Juca conta a "sensação paradoxal" que experimentou, no Allianz Arena, na Copa da Alemanha, em 2006. "Um lugar suntuoso, limpíssimo e quase esterilizado. Não dá para xingar o juiz. Você faria isso no Teatro Municipal?", brinca. "Cada vez mais a sensação que tenho é de que os estádios não têm alma."

Na Argentina, a transmissão dos jogos é de graça

Enquanto no Brasil quem gosta de futebol praticamente fica à mercê de um conglomerado televisivo, na vizinha Argentina o governo comprou a briga com o Clarín, principal grupo de mídia do país, e assumiu as transmissões, que passaram a ser gratuitas e exibidas pela TV pública, com o lançamento do programa Futebol para Todos. A mudança faz parte da substituição da antiga Ley de Radiodifusión pela Ley de Medios Audiovisuales.

"Um capítulo importante dessa lei era precisamente garantir o direito ao acesso ao esporte mais importante dos argentinos", afirmou a presidenta Cristina Kirchner, na assinatura do convênio entre a AFA, a associação de futebol argentina, e o Sistema Nacional de Medios Públicos (SNMP), em agosto de 2009. Segundo ela, é obrigação do Estado "garantir a todos, sobretudo àqueles que não podem pagar, o direito a ver seu esporte predileto".

Para Gustavo Bulla, diretor da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual, órgão regulador argentino, a exclusividade de direitos para televisionamento de futebol foi um dos fatores que levaram à concentração no meio audiovisual. "Agora, aquele adolescente de 18, 19 anos está vendo pela primeira vez um jogo de futebol, porque muitas cidades, devido ao sistema a cabo, não podiam transmitir", afirmou, durante evento em Brasília no final de 2010.

O governo argentino ofereceu US$ 150 milhões por ano, até 2019, para televisionar o campeonato. O valor é aproximadamente três vezes maior que o da TV privada. O acordo foi aceito pelos clubes, todos em dificuldade financeira, e intermediado pela AFA.

No Brasil, nas negociações pelo direito de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2012 a 2014, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça, até conseguiu impor um pouco de concorrência ao tema. A Globo ficou de fora do leilão elaborado pelo Clube dos 13 e implodiu o órgão ao assediar individualmente os clubes. Ofereceu bem mais do que pagou no contrato anterior a alguns dos principais times do país. A Rede TV! entrou como única concorrente e ganhou a licitação no atacado. A Record, da qual se esperava a maior oferta, nem entrou no leilão depois dos movimentos da Globo "por fora" - e, como a rival, partiu para as negociações individuais.

As dúvidas se multiplicam. Durante o programa Observatório da Imprensa, o procurador-geral do Cade, Gilvandro Araújo, afirmou que a autoridade antitruste poderá se manifestar novamente se acionada. "Isso (as discussões entre TVs e clubes) talvez vá ensejar no futuro um outro tipo de análise, não só do Cade, mas de todos os interessados nesse setor."

No campeonato inglês, os clubes negociam juntos. Na Espanha, separados, com grande parte do bolo destinada ao Barcelona e ao Real Madrid. Enquanto na Inglaterra o troféu é disputado por várias equipes, a Espanha criou "o melhor campeonato gaúcho do mundo", conforme expressão do jornalista esportivo Paulo Vinicius Coelho, em referência ao campeonato do Rio Grande do Sul, quase sempre vencido por Internacional ou Grêmio.

A questão, no Brasil, passa também pela política. Parte dos clubes é aliada de Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) há 22 anos, parceiro da Globo e candidatíssimo ao comando da Fifa, a entidade maior da modalidade mundialmente. Antes de assistir de camarote à implosão, Teixeira tentou sem sucesso emplacar na presidência do Clube dos 13 seu aliado Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo.

Entre os cotados para substituí-lo na CBF, se o mundo não acabar até lá, estão o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, companheiro de primeira hora, e até Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo e principal articulador do atual imbróglio do futebol brasileiro - que não está livre de acabar nos tribunais.

Mídia faz campanha do medo no Peru

Reproduzo artigo de Júlia Nassif de Souza, publicado no sítio da revista Caros Amigos:


À véspera das eleições presidenciais no Peru, o clima de medo caracteriza as campanhas de candidatos que mostram todas suas armas para conquistar o eleitorado indeciso e contam com o apoio indiscreto de diversos meios de comunicação. Jornais, revistas e programas televisivos levantam opiniões como verdades, exageram fatos e demonstram suas preferências desesperadas em uma eleição ainda indefinida.